Transforando Vidas com Gabriela Tonial

Última atualização: 23/02/2024Por

Nesta edição do Transformando Vidas temos o prazer de apresentar a Gabriela Tonial, mulher profissional do agro, gestora de uma propriedade no Rio Grande do Sul que viveu a experiência do My Farm Experience em 2022 com a gente.

A Gabriela contou um pouco de como foi esta a viagem, os aprendizados e tudo que ela trouxe em sua bagagem de volta. 

É muito gratificante ter proporcionado conhecimento, novos aprendizados e vivências únicas, para pessoas como a Gabriela, que fazem com que o agro brasileiro seja essa potência que é hoje!

Vamos deixar para que ela nos conte um pouco sobre sua  transformação!

1 – Gabriela, conte para os leitores da CAEP News, quais são as suas atribuições hoje, qual é a sua conexão com o agronegócio.
Meu nome é Gabriela Tonial, sou filha e neta de produtores rurais do norte do Rio Grande do Sul, e esposa de agrônomo, porém nunca me vi inserida nessa atividade. Aos 18 anos iniciei o curso de Farmácia e Bioquímica, numa cidade que ficava uns 450km de onde eu nasci, e onde meu pai tinha as fazendas. Um tempo depois, eu e Tiago (meu marido) fomos morar na Austrália, e quando tivemos nosso filho surgiu a oportunidade (e a pressão da família, hehe!!) de voltarmos pra Sananduva/RS pra ajudarmos nas atividades da lavoura. Hoje o Tiago, que é agrônomo, cuida da parte técnica e operacional da fazenda, juntamente com o meu pai, e eu fiquei mais responsável pela parte financeira e administrativa. E desde então me sinto extremamente realizada com o que eu faço, ajudando a agregar valor à nossa propriedade. O bom é que temos sempre o suporte e a experiencia do meu pai junto em todos os processos.

2 – Por qual motivo você escolheu participar da viagem My Farm Experience na edição 2022?
A alguns anos atrás meus pais fizeram uma viagem semelhante, e meu pai sempre quis que eu e o Tiago fizéssemos essa viagem também. Então quando vi o anúncio fiquei muito interessada. O principal foco da viagem pra mim foi entender como os americanos fazem a gestão das propriedades deles. E pra minha surpresa, eles adotam um modelo bem familiar, onde a mulher cuida da gestão e o homem da parte mais técnica e operacional, exatamente como eu e Tiago viemos fazendo. Já pro meu marido o foco foi mais a parte tecnológica, e entender o que eles fazem de diferente e melhor que nós no campo. E também nos interessou muito o curso sobre Gerenciamento de risco no mercado de commodities agrícolas.

3- Como foi vivenciar esta experiência? O que mais te marcou?
Então, realmente tínhamos uma expectativa super alta sobre a tecnologia das propriedades americanas. No entanto, pudemos perceber que a nossa agricultura brasileira não perde em nada pra deles nesse quesito. Todas as opções de ferramentas de tecnologia que eles têm por lá são praticamente as mesmas que temos aqui. Os maquinários, apesar de serem maiores, não são mais tecnológicos ou eficientes que os nossos. Inclusive alguns manejos brasileiros e também algumas práticas que envolvem uma maior sustentabilidade das lavouras é muito mais avançada no Brasil, como por exemplo, o plantio direto e as exigências de áreas de preservação ambiental preconizadas pelo nosso código florestal. Ou seja, o Brasil também tem muito a ensinar aos americanos.
O que realmente eles são melhores é em relação à gestão das propriedades: arquivos de dados de produção, custo, lucro, etc, todos tabelados a mais de 10 anos, que se apresentam como excelentes ferramentas para tomadas de decisões dentro da propriedade. Foi maravilhoso ver que já iniciamos esse processo e que isso sim é o que eleva a qualidade da nossa atividade a um nível muito maior.

4- Você diria que participar da viagem My Farm Experience contribuiu para potencializar sua rede de relacionamentos no agro?
Certamente. Não só com os americanos que conhecemos por lá, mas principalmente com os produtores brasileiros que conosco viajaram.

5-Na sua visão, as viagens técnicas ajudam a alavancar seus negócios? Como?
Ajudam e muito. O curso sobre Gerenciamento de risco no mercado de commodities agrícolas que fizemos foi algo muito enriquecedor, pois o produtor brasileiro ainda opera pouco na bolsa através dessas ferramentas de proteção de mercado. Porém com a volatilidade apresentada nos últimos anos acredito que esse mercado tende a crescer bastante, e o produtor brasileiro vai ter que entender sobre isso. Também foi muito enriquecedor poder perceber que estamos no caminho certo, em busca de mais profissionalismo dentro dos nossos negócios. Não podemos mais pensar em “plantar de qualquer jeito e vender de qualquer jeito”. A agricultura brasileira é talvez o setor que mais evolui e cresce no nosso país, e quem não acompanhar essa evolução com estudo e informação de qualidade será esmagado pelo sistema, ou no máximo irá “trocar figurinhas”. 

6-Essa sessão chama-se Transformando Vidas, nossa pergunta é: Como essa experiência internacional impactou na sua vida pessoal?
Sinceramente foi muito inspirador saber que nos EUA são as mulheres dos produtores quem normalmente fazem a gestão das propriedades rurais. Um produtor local comentou comigo que 95% dos clientes deles que operam na bolsa de valores com proteção da sua produção rural são mulheres. E isso trouxe uma sensação ainda mais forte de que eu vim pra esse ramo pra ficar, despertando em mim o sentimento de “pertencer” de verdade a essa atividade.

7-E na sua vida profissional, quais são as transformações que a viagem de conhecimento proporcionou?
A viagem nos “deu um norte”, sobre o que precisamos aprimorar na nossa atividade, e sobre o que já estamos no caminho certo. O curso sobre mercado de opções e etc também foi muito interessante, e nos indicou que precisamos estudar mais sobre essas ferramentas.

8- Com base na sua experiência com as viagens de conhecimento, o que é mais valioso? As amizades que se formam nos grupos, a quantidade de informações aprendidas ou os negócios gerados após o retorno?
Acredito ser um mix de tudo isso. Particularmente adoro o networking, mas também não poderia deixar de destacar o quanto nos agregou em ideias de aprimoramento, e também na autoestima que voltamos quando pudermos perceber o quanto a nossa agricultura brasileira está desenvolvida e crescendo em largas escalas.

9-Quando você escuta CAEP, o que vem a sua cabeça? Por quê?
Uma excelente ferramenta de estímulo ao conhecimento sobre o agronegócio.

10 – Te convidamos a deixar aqui um breve depoimento sobre como foi sua experiência com a CAEP, ou um recado para as mulheres profissionais do agro que estão pensando em viver a viagem My Farm Experience com a CAEP.
Como mencionei acima, essa viagem foi um divisor de águas na minha vida, e me fez perceber que nós mulheres podemos E DEVEMOS sim nos inserir nos negócios que são da nossa família. Foi-se o tempo em que a atividade rural era só para homens. Existem inúmeras atividades dentro desse setor que podemos assumir a frente, produzindo excelência à alguns processos. Toda a parte de tomada de dados, tabelagem, negociações bancárias, cotações de preços e compra dos insumos, gestão dos gastos da propriedade, a parte contábil e organização dos IRs, a gestão do RH (funcionários), isso tudo sou eu quem cuido. E gostaria de ouvir falar que mais mulheres estão dominando essas atividades dentro das propriedades rurais, principalmente aquelas que porventura herdam um negócio desses e acabam achando que não existe espaço para elas dentro da atividade. Me coloco também à disposição para eventual troca de informações, caso alguém necessite.

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