A CAEP transforma vidas com Profª Martha Freire da Silva!

Última atualização: 16/02/2024Por

Neste mês dedicado aos educadores, temos o prazer de apresentar a Martha Freire da Silva, que há 12 anos foi nossa intercambista e hoje é professora de agronomia na Universidade Estadual de Maringá.

Temos muito orgulho em ter participado da história inspiradora de transformação de vida da Martha, provando que a educação transforma vidas!
Mas vamos deixar que ela mesmo nos conte sobre a sua história de transformação!

1 – Martha conte para os leitores da CAEP News, onde você estagiou, em qual área e em que ano.
Estagiei na Empresa Bergen’s Greenhouses, na cidade de Detroit Lakes, Minnesota -USA, de Janeiro a Julho de 2010 e na empresa Constellation Wines, em Gonzales, Califórnia-USA, de agosto a dezembro de 2010. Na Bergen’s auxiliei no processo de produção de flores, em casa de vegetação. Na Constellation, trabalhei na análise de qualidade de vinhos, com o recebimento das uvas (aferição de parâmetros para verificar a qualidade das uvas) e análises químicas e sensoriais dos vinhos produzidos.

2 – Quais eram suas expectativas antes de ir para o intercâmbio agrícola?
Desde a infância, sempre tive o sonho de conhecer o exterior, mas devido a minha condição financeira na época, não achava que isso seria possível. Mas, quando ingressei no curso de agronomia na UFV, tive conhecimento de que vários alunos faziam o intercâmbio agrícola como ponte para o sucesso profissional. Para mim, no entanto, o intercâmbio representava bem mais que isso, era de fato a realização de um sonho. Quando apliquei e fui selecionada, minhas expectativas eram enormes e foi, sem dúvidas, uma das melhores experiências da minha vida.

3 – Você acredita que ter feito intercâmbio com a CAEP impactou na sua carreira? Onde você trabalha hoje em dia?
Certamente o intercâmbio impactou muito na minha carreira e, além disso, transformou a minha vida. Viver em outro país, conhecer lugares, pessoas, de diferentes etnias e com diferentes costumes, me transformou completamente.
Aprendi com cada pessoa que cruzou o meu caminho e pude ver o mundo sob um olhar mais amplo. Fiz laços lindos e vivi experiências únicas. Hoje tenho amigos e contatos mundo afora. Se abrir para o novo, é transformador.
No âmbito profissional, me tornei uma pessoa mais segura e autêntica. Com os desafios que vivenciei, me tornei uma pessoa mais forte e resiliente.
Hoje, sou professora de agronomia na Universidade Estadual de Maringá, Campus Regional de Umuarama, e certamente toda essa experiência vivenciada, me tornou uma profissional diferenciada, com maior visão de mundo.

4 – Na sua visão, qual diferencial a experiência voltada para a educação trás para os jovens estudantes?
O intercâmbio te dá inúmeras oportunidades, dentre elas: aprimorar o seu inglês (ou outro idioma, a depender do país do estágio), conhecer técnicas agrícolas distintas, com aplicação de tecnologias de ponta, vivenciar diferentes relações de trabalho, aprender a lidar com pessoas diferentes, descobrir áreas, se abrir para novas experiências e, muitas vezes, até se entender e/ou se (re)descobrir.
Na minha visão, essa é uma experiência diferenciada, sobretudo para quem almeja a área acadêmica, pois a área da educação requer pessoas criativas, com senso crítico, que saibam pensar além, que estejam dispostas a compartilhar conhecimento e a aprender com o outro e essa é uma experiência que estimula tudo isso.

5 – Como foi para você, após o intercâmbio, escolher a carreira da educação?
Quando fui para o intercâmbio, eu ainda não tinha definido se seguiria a área acadêmica ou se tentaria o meio empresarial. Mas uma coisa eu já tinha em mente: eu estaria com o currículo mais preparado, para qualquer das áreas que eu definisse seguir.
Quando voltei do intercâmbio, tive uma certeza: que a experiência me abriu horizontes e que eu queria seguir conhecendo coisas novas.
Em 2011, tentei um processo seletivo para mobilidade acadêmica e estudei um semestre na Universidad Nacional de La Plata, em La Plata, Buenos Aires – Argentina. Como já havia mudado de país no ano anterior, isso já não era mais tão desafiador quanto antes e pude aproveitar ainda mais intensamente. Essa foi outra experiência maravilhosa!
Por meio dos intercâmbios, fui me conhecendo mais e percebi minha facilidade em me adaptar e o quanto o novo me atraía.
Quando retornei ao Brasil, após duas vivências internacionais, já sabia que a carreira que eu deveria seguir, sendo no setor público ou privado, deveria envolver pessoas, descobertas, conhecimento e como a área da educação engloba tudo isso (e muito mais), eu escolhi seguir essa carreira.
Na graduação, fiz diversos estágios na área de pesquisa e o último estágio, na área de produção e tecnologia de sementes, foi o que mais me despertou interesse. Então, cursei mestrado e doutorado nesta área e me apaixonei pela pesquisa e pela docência.

6 – No seu ponto de vista, o que precisa ser feito na volta do intercâmbio para seguir a carreira educacional em uma universidade?
No meu ponto de vista, o intercâmbio deve servir para a pessoa identificar as suas potencialidades e definir seus objetivos de vida, enquanto vivencia e descobre coisas novas.
Ao retornar do intercâmbio, sugiro que busque aprofundar os seus conhecimentos na área que se interessa.
Para quem almeja a carreira educacional, deve-se retomar os estudos e se aperfeiçoar. Atualmente, tem sido altamente requerido a pós-graduação, a nível de doutorado. Além disso, é importante estar atento às novidades da área e em contato com pessoas que te façam evoluir, tanto profissional quanto pessoalmente.
O ingresso para docentes em universidades públicas requer concurso, com prova de conhecimento teórico, prática (didática) e avaliação de currículo. Dessa forma, é preciso ter conhecimento e estar devidamente preparado para o processo seletivo.

7 – Esta sessão chama-se Transformando Vidas, nossa pergunta é: Como a educação transformou a sua vida?
A educação transformou (e transforma) a minha vida por inteiro…
Ela me ajudou (e ajuda) a alçar voos muito mais altos do que eu imaginei que poderia alcançar!
Por meio da educação, modifiquei (e ainda modifico) a minha forma de falar, pensar e agir. Ela me permite ter uma visão mais ampla do mundo!
A educação me propicia estar em constante aprendizado e em constante movimento de vida!
Ela me prepara para ser um melhor profissional e um melhor ser humano.
E por obra de Deus, do destino, ou do acaso, hoje utilizo da educação para transformar a vida dos meus alunos.

8 – Quando você escuta CAEP, o que vem a sua cabeça? Por quê?
Quando escuto CAEP, me vem à cabeça ‘estágio no exterior’, pois eu conheci o programa por meio disso. Mas hoje sei que o programa abrange muito mais áreas e muito mais modalidades de intercâmbio e que permite uma vivência diferenciada a seus participantes, seja na área agrícola ou não.

9 – Quais são suas dicas para quem pensa em escolher a carreira acadêmica?
Antes de tudo, se conheça e se conecte com os seus sonhos e desejos. Conheça a sua aptidão, os seus gostos e não deixe de buscar por conhecimento.
Escolha uma área pela qual você tenha interesse e se apaixone por ela. Não há nada mais gratificante do que trabalhar com algo que você gosta e também não há nada pior que trabalhar com algo que deteste.
Seja persistente! A área acadêmica nem sempre é fácil. Requer bastante esforço e dedicação. Mas, por outro lado, todo o esforço é revertido para a própria capacitação e vale muito a pena.
Esteja aberto ao aprendizado! Muitos serão os desafios e as escolhas feitas durante a trajetória acadêmica e certamente o caminho é repleto de aprendizado.
Busque a sua melhor versão e não se compare com ninguém.
Tenha por perto pessoas que te ajude a progredir e seja uma pessoa em prol do progresso das pessoas que te cercam.

10 – Te convidamos a deixar aqui um breve depoimento sobre sua experiência com a CAEP, ou um recado para nossos jovens estudantes do agro que lerão essa matéria no CAEP News.
Quando vivemos “dentro de uma bolha”, fazendo as mesmas coisas, obtendo os mesmos resultados, vivendo no automático, muitas vezes, chegamos a acreditar que a vida é apenas isso: um constante ato de sobreviver.
Quando nos permitimos “sair dessa bolha” e conhecer coisas novas, um novo mundo se abre à nossa frente…
O intercâmbio, para mim, representou a descoberta de um mundo de infinitas possibilidades. Descobri que o ato de viver pode ser além do sobreviver.
Conviver com pessoas de diferentes religiões, crenças, hábitos e costumes modificou a minha forma de ser, pensar e agir… Conhecer diferentes lugares, sabores e sensações, deu mais movimento à minha vida!
Antes de aplicar para o intercâmbio agrícola do CAEP, eu pensei que este estágio poderia representar algo bom para o currículo, visto que iria aprimorar o inglês e ter um certificado de estágio no exterior. Mas eu não poderia imaginar que a experiência iria muito além de uma experiência profissional, que seria uma das minhas melhores experiências de vida…
Assim, meu conselho para os estudantes (leitores do CAEP NEWS) é, saiam da “bolha”, não tenham medo do novo, estejam abertos para novas descobertas, experimentem e arrisquem-se.
Para aqueles que pretendem fazer um intercâmbio, eu desejo que tenham uma maravilhosa experiência profissional e, sobretudo, de vida.

Para a CAEP ter a professora e mestre Martha, nossa ex-intercambista, com essa carreira tão promissora dedicada a educação é um orgulho, especialmente neste mês de outubro no qual estamos dedicados a reconhecer nossos mestres.

Agradecemos a Martha por sua valiosa contribuição!

Se você também gostaria de viver essa experiência clique aqui e saiba mais sobre o Intercâmbio Agrícola