A CAEP transforma vidas com Franco Feitosa!

Última atualização: 16/02/2024Por

Nesta edição do CAEP transforma vidas, temos o prazer de apresentar o Franco Feitosa, que realizou o
intercâmbio nos Estados Unidos com a CAEP em 2008. Falamos sobre como foi esta experiência, os aprendizados e as expectativas.

É muito gratificante ter participado de uma parte tão importante dessa trajetória inspiradora de transformação de vida.

Vamos deixar para que ele nos conte um pouco sobre sua história de transformação!

1 – Franco conte para os leitores da CAEP News, onde você estagiou, em qual área e em que ano?
R: Meu estágio iniciou em junho de 2008 uma cidade pequena chamada Dayton no estado do Maine, último estado do nordeste americano, onde passei meus primeiros meses trabalhando em extensão (campo) em uma fazenda chamada Anderson Farm produtora de multiculturas, como milho, morango, tomate, feno e demais hortaliças. Meu trabalho envolvia todas as etapas do processo de cultivo, entre tratos culturais manuais e tratorizados, colheita e entrega da produção. O cultivo em extensão (campo aberto) no estado do Maine ocorre por apenas 6 meses no ano por causa do clima que é muito frio durante outono e inverno. A última cultura que trabalhei foi na colheita e distribuição abóboras, utilizadas como ornamentação no período de Halloween. Após passado o Halloween (final do mês de outubro) não era possível comercializar mais as abóboras e o que não era vendido se perdia, além disso era quando o clima começava a esfriar demais e os agricultores que não trabalhavam com cultivo protegido (estufas, ou as famosas greenhouses) buscavam outra atividade. O proprietário da Anderson Farm por exemplo trabalhava com manutenção de armas, muito utilizadas para caça nos EUA.
Após esse período de trabalho no Maine participei de um processo seletivo em uma empresa de consultoria agrícola na Flórida. Após a contratação tive um treinamento (teórico e prático com avaliações) de 4 semanas para aprender sobre doenças e pragas das mais diversas culturas. Nesse período éramos em muitos estagiários de muitas partes do mundo (inclusive mais pessoas do Brasil). Após esse treinamento fui enviado pela empresa para uma região no sul da Flórida, na cidade de Homestead, onde trabalhei avaliando a condição dos campos (field scouting) e enviando relatórios para os supervisores e os proprietários dos campos avaliados. Apesar de ter passado a maior parte do meu período na Flórida na cidade de Homestead, quando todos os campos que trabalhei foram colhidos eu fui enviado para outras 3 outras cidades da mesma região para trabalhar em outros campos que ainda não tinham sido colhidos. Fiquei na Flórida até meados de 2009, onde terminei todo o período de intercâmbio.

2 – Quais eram suas expectativas antes de ir para o intercâmbio agrícola?
R: Imagino que como a maioria das pessoas que participam desse tipo de intercâmbio profissional, minha expectativa era de desenvolver o inglês, ter contato com novas formas de cultivo, viver a experiência de uma nova cultura, conhecer pessoas novas e principalmente voltar com uma experiência única de vida.

3 – Você acredita que ter feito intercâmbio com a CAEP impactou na sua carreira? Onde você trabalha hoje em dia?
R: Apesar de evidentemente ter tido contato com muitas formas de cultivo, maquinários e aprendido tanto conhecimento técnico, a experiência de um intercâmbio como esse proporcionado pela CAEP agrega para o profissional muito além de aprender a língua ou adquirir esse conhecimento técnico específico. O impacto de um intercâmbio como esse em um estudante definitivamente demonstra um perfil de profissional que se destaca de quem não viveu essa experiência. Hoje consigo me comunicar com o idioma de uma forma muito segura e tranquila, amadureci de muitas formas diferentes e consigo identificar traços dessa experiência em muitos momentos de minha atuação profissional hoje em dia.

4 – Na sua visão, qual diferencial a experiência internacional trás para os jovens estudantes?
R: A experiência internacional traz um sentimento de autonomia, de confiança e segurança de poder se adaptar em qualquer ambiente, habilidade de lidar com pessoas de diferentes culturas e históricos de vida, ensina na prática a lidar com a fragilidade emocional e com diferentes formas de trabalho. O estudante que se propõe a viver uma experiência como essa até o final definitivamente sairá transformado de uma forma muito positiva, amadurecendo em vários aspectos, e o sentimento após a conclusão é de muita satisfação.

5 – Esta sessão chama-se Transformando Vidas, nossa pergunta é: Como o intercâmbio e sua vivência internacional transformou a sua vida?
R: Antes de entrar na faculdade, algo como uma experiência internacional me parecia muito distante, mas me lembro com muita clareza do momento em que vi um pequeno folder da CAEP fixado no mural da faculdade. Vi aquele folder, fui para a aula com aquilo na cabeça, passei mais uma meia dúzia de vezes na frente do mesmo folder até que pensei: “Por que não?” Entrei em contato, fui atrás dos documentos necessários, fui até Londrina (antigo escritório) para a entrevista, e quanto mais avançava com os requisitos do processo mais eu me empolgava. Minha imaginação ia longe.
Ao “deixar” tudo pra trás e pisar pela primeira vez nos EUA, ser recebido no lugar onde passaria os próximos meses da minha vida me trouxe uma mistura de empolgação, medo, deslumbre e saudade. Muita saudade do que ficou no Brasil.
Logo todos esses sentimentos deram lugar a pensamentos mais maduros, como de que forma poderia aproveitar ao máximo tudo aquilo. Tinha momentos de fraqueza emocional, mas logo voltava para o que tinha de maior propósito não só para aquele período que estava passando, mas com todos os frutos que colheria na vida após aquilo. Mesmo parecendo exagero, colhi muitos frutos diretos e indiretos de cada momento vivido (perrengues com a língua, tantos shows de bandas que adorava, amigos que carrego até hoje, e muitos outros), e sei que levarei todo o aprendizado e esses bons momentos na cabeça e no coração. E só eu sei o significado desses MOMENTOS.

6 – Quando você escuta CAEP, o que vem a sua cabeça? Por quê?
R: Sempre que vejo algo relacionado a CAEP eu tenho um sentimento de nostalgia, de um momento de decisão da minha vida que não foi fácil, mas que trouxe uma superação que sem dúvida me tornou uma pessoa mais feliz e realizada do que se não tivesse vivido essa experiência. Me sinto parte da história da CAEP.

7 – Te convidamos a deixar aqui um breve depoimento sobre sua experiência com a CAEP, ou um recado para nossos jovens estudantes do agro que lerão essa matéria no CAEP News.
R: Quando eu estava prestes a me formar (fui para o intercâmbio após a conclusão da faculdade) algumas boas empresas foram no campus em que eu estudava para recrutar trainees. Com muita dúvida, mas uma pretensa determinação eu me recusei a participar dos processos dessas empresas para “atrasar” um ano em meus planos de começar a trabalhar. Muitos de meus colegas entraram nessas empresas e iniciaram bem suas respectivas carreiras.
Fui!! Apenas fui!! Arriscando a ter qualquer que fosse o resultado daquela decisão, e me preparando psicologicamente para assumir qualquer consequência.
Quando voltei, o resultado disso tudo passou longe de ter sido um conto de fadas, mas logo comecei a colher pouco a pouco cada fruto direto e indireto daquela decisão, e hoje não só colho esses resultados na prática como me sinto muito orgulhoso e feliz de ter tido isso na trajetória da minha vida.
O jovem estudante que tiver um simples contato com essa possibilidade de ter a vivência internacional não pode desperdiçar essa oportunidade. A satisfação talvez não venha enquanto esteja se organizando para ir ou até mesmo nos primeiros momentos em que estiver lá, mas chegará um momento em que tudo fará sentido e terá total consciência do quanto isso agregará na vida profissional e pessoal, desde que evidentemente se dedique, cumpra com o solicitado pelo seu “chefe temporário”, faça amizades e se permita viver o que está lá e não permanecer com a cabeça no Brasil. Só assim essa vivência terá seu verdadeiro propósito.
Valeu, CAEP!!!

Histórias como a do Franco nos inspiram a continuar nossa missão de ampliar a educação internacional no Brasil. Agradecemos o Franco por essa valiosa contribuição.

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