Commodities Brasileiras: Café

Última atualização: 16/02/2024Por

Não é necessário dizer que o café é paixão nacional. Não só o Brasil é o maior produtor de café do mundo, como também é o segundo maior consumidor, pelo que mostram as estatísticas da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

 

Entre novembro de 2017 e outubro de 2018, o consumo interno – levando em conta as empresas associadas e as não associadas, bem como do café torrado e moído – cresceu 4,8% e foi para 21,004 milhões de sacas, com peso de 60 kg.

 

Em números mais precisos, o crescimento eleva o consumo per capita para 6,02 kg/ano de café cru, enquanto que o café torrado e moído – durante o mesmo intervalo de tempo – apresenta um valor de 4,82 kg/ano.

 

Quer saber mais sobre o abundante mercado do café, bem como sua história no Brasil e os tipos de grãos plantados nas nossas colheitas? Então continue a leitura e descubra mais!

 

Das Arábias para a América

 

A propagação do café pelo mundo teve um grande toque dos árabes em todo o processo. Originado da Etiópia, o grão foi monopolizado pelos árabes por muito tempo – já que tinham domínio de grande parte do Oriente Médio em meados do século XV – até que chegou as américas pelas mãos dos holandeses após o descobrimento.

 

A versão mais aceita – e a exposta no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – é que o café chegou ao Brasil pelas mãos de Francisco Mello Palheta, que em 1727 trouxe o grão da Guiana Francesa após uma viagem, plantando-o em Belém no Pará.

 

Em razão das condições climáticas, de relevo e solo, o café se espalhou para o resto do Brasil em meados do século XIX, iniciando um novo ciclo econômico no país, uma vez que se tornou o principal produto das exportações brasileiras.

 

Graças ao grão, ferrovias foram construídas, importante mão de obra imigrante chegou ao continente, e o progresso se instalou ainda no século XIX, quando a riqueza dos cafezais brasileiros representavam 40% da produção total do mundo.

 

Café Nacional

 

Dentro das 15 regiões produtoras de café do Brasil, a diversidade de climas, condições, altitudes e tipos de solo podem ser vistas de norte a sul do país. São nessas propriedades que os produtores brasileiros melhoram a cada dia a qualidade das safras dos dois tipos de grãos cultivados e suas linhagens.

 

O café arábica (Coffea arábica L.) permite um cultivo em altitudes acima de 800 metros, o que favorece o plantio em estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e parte do Espírito Santo, entre outros.

 

Já o café conilon (Coffea canephora), também chamado de robusta, possui menos acidez o que o caracteriza com um sabor único e um teor de cafeína maior. É interessante notar que, além de ser plantado em locais diferentes do café arábica, como Rondônia e parte da Bahia e Minas Gerais, o café conilon é utilizado principalmente para a manufatura de cafés solúveis e em misturas com o arábica.

 

Café em Números

 

A cadeia produtiva do café foi, até 2018, responsável pela geração de mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil, proporcionando oportunidade de capacitação profissional para diversos jovens e famílias das regiões cafeeiras.

 

Segundo relatório expedido em abril de 2019 – pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – no ano passado, a área plantada total da produção de café totaliza 1,86 milhão de hectares, com uma produtividade média de 33,07 sacas por hectare.

 

Em termos de exportação, o país permanece bem estabelecido com mais de 34,3 milhões de sacas, o que geraram em 2018, uma receita de US$ 4.96 bilhões de dólares. Os números do ano de 2019 ainda estão sendo produzidos.

 

Contudo, foram contabilizados de janeiro a março deste ano, uma exportação de 10,3 milhões de sacas de café, rendendo US$ 1.36 Bilhão de dólares até então. Os números apresentados são referentes a totalidade das safras, independente do tipo de grão produzido ou exportado.