Commodities Brasileiras: Trigo

Última atualização: 16/02/2024Por

O trigo é uma das mais tradicionais commodities, tanto em nível nacional, quanto em nível global. Responsável por uma diversidade de produtos manufaturados como bolos, biscoitos, massas, pães e farinhas, o trigo é fonte alimentar de primeira magnitude quando o assunto é importância mercadológica.

 

Isso porque grande parte dos produtos manufaturados pela sua farinha ou pelo seu grão, são amplamente consumidos pela população humana, o que influência não somente na base alimentar, como em diversos níveis da indústria e do mercado.

 

Segundo matéria disponível no site do próprio CME Group – grupo responsável pelas negociações desse commodity na Bolsa de Valores: “O trigo é cultivado em todo o mundo há mais de sete séculos e sustenta mais a população mundial do que qualquer outro grão”.

 

Com esse texto, você vai aprender como o trigo chegou no Brasil e como sua plantação foi direcionada aos Estados Produtores que temos hoje, bem como os números da produção de trigo nacionais e internacionais.

 

Nem tudo que se planta nasce

 

A história do trigo pode ser datada com mais de 10 mil anos de distância dos dias atuais. Contudo, no Brasil, ele não é muito mais antigo que o país em si. Chegou junto com as expedições de Martim Afonso de Souza, por volta de 1534.

 

Ali, na capitania de São Vicente, o trigo lutou para se estabelecer, visto que a farinha de mandioca era mais fácil de ser cultivada e já era consumida em relativa larga escala pelos indígenas, dando aos portugueses somente o trabalho de se adaptarem, já que o trigo em si não vingou.

 

O clima quente dificultava muito e a expansão da cultura teve que esperar o achado de uma região que fornecesse o mesmo clima ou condições do habitat temperado europeu. A solução foi ir para o sul do país – Rio Grande do Sul – muito tempo depois, durante o século XVIII.

 

Mesmo permanecendo, até hoje, no Rio Grande do Sul, o trigo enfrentou diversas pragas e dificuldades, colocando um entrave em sua produção durante muito tempo naquela região. Após diversas tentativas frustradas, o grão conseguiu achar seu lar definitivo no Paraná – hoje o maior produtor de trigo do país – já no século passado, entre os anos 20 e a década de 40.

 

 

Os Produtores

 

O trigo, após algumas tentativas frustradas em sua vinda ao país, conseguiu se estabelecer relativamente bem dentro do Brasil. O ponto, apesar do país produzir milhões de toneladas por ano, é que o trigo não é uma cultura alvo brasileira, mas sim uma cultura de rotação.

 

Isso significa que o trigo é utilizado mais como cultura nos períodos de descanso das lavouras de soja, por exemplo, do que um grão a ser cultivado a todo instante. Isso faz com que o Brasil importe mais trigo do que exporte.

 

Assim, a lista de estados produtores chega a surpreender. Segundo relatório emitido pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), existem 8 estados responsáveis pela produção do trigo no Brasil.

 

Os dois maiores produtores são Paraná e Rio Grande do Sul – que segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – representam 87,8% de toda a produção nacional do cereal.

 

É interessante notar que, ainda de acordo com a mesma pesquisa, o estado de Santa Catarina possui uma produção de trigo correspondente a 2,2% do montante nacional. Isso reserva 90% da produção do país apenas para a região Sul.

 

O resto dos estados, que representam os outros 10% são: São Paulo e Minas Gerais na região sudeste. Mato Grosso do Sul e Goiás no Centro-Oeste e Bahia na região Nordeste.

 

Trigo em Números

 

No Brasil, os números do trigo não são tão motivadores. De acordo com relatório emitido em Abril de 2019, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção para a safra 2018/2019 será de 5,6 milhões de toneladas.

 

Apesar do número estar dentro da média de produção dos últimos 8 anos, não chega tão perto do recorde de produção da safra de 2016 – que foi de 6,7 milhões de toneladas. Porém, perto da produção mundial, esses números são irrisórios.

 

Em 2017/2018, de acordo com dados consultados na Associação Brasileira da Industria do Trigo (ABITRIGO), a produção mundial foi de 747,7 milhões de toneladas. A União Europeia (UE) é responsável por 20% desse número.

 

Entre os mercados emergentes, estão a Argentina, que apesar de sempre se mostrar um player poderoso na produção do trigo, cresceu 87,5% nos últimos cinco anos em sua produção. A Rússia desponta também, em um crescimento de 38,2% nos últimos cinco anos, como outro exportador ávido por maiores patamares dentro do mercado do trigo.

 

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